Delegada Patrícia Neves, encontrada morta na Bahia, já havia sido agredida pelo suspeito, ele foi indiciado anteriormente por exercer ilegalmente a medicina e por falsidade ideológica
Horas antes do crime, Patrícia havia publicado fotos nas redes sociais de um jantar com seu namorado, que agora é o principal suspeito do feminicídio. No sábado (10), o namorado entrou em contato com a polícia, alegando que ambos tinham sido sequestrados na região de Amélia Rodrigues e que ele foi liberado enquanto os supostos sequestradores continuaram com Patrícia no veículo. No entanto, a Polícia Civil afirmou que não há elementos que confirmem essa versão dos fatos, e o homem foi preso em flagrante pelo crime.
Em maio deste ano, o suspeito já havia sido detido por agredir a delegada, mas foi solto por decisão judicial. Patrícia chegou a solicitar uma medida protetiva contra ele, mas o casal se reconciliou posteriormente. Além das agressões, Tancredo já havia sido investigado pela prática ilegal da medicina e falsidade ideológica, com as investigações conduzidas pela Polícia Civil de Euclides da Cunha em 2022 e enviadas ao Ministério Público da Bahia.
Patrícia, bacharel em Direito com especialização em Direito Penal e Processo Penal, ingressou na Polícia Civil em 2016. Atuou em diversas delegacias pelo estado, incluindo as de Barra, Maragogipe e São Felipe, antes de ser designada para Santo Antônio de Jesus, onde focou seus esforços na prevenção e combate à violência de gênero.
Antes de se formar em Direito, Patrícia também se graduou em Letras, atuando por 12 anos como professora de português e inglês. A morte da delegada foi profundamente lamentada por colegas e instituições, incluindo a Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia e a Secretária das Mulheres do Estado. O corpo de Patrícia Neves será velado na manhã desta segunda-feira (12) em Santo Antônio de Jesus e sepultado no Recife durante a tarde.